
Para garantir sua saúde e bem-estar, descubra aqui as principais vacinas que beneficiam o público feminino e converse com seu ginecologista para organizar seu calendário vacinal
Nos últimos anos, houve uma queda na procura das vacinas, seja por conflitos políticos, crenças ou até mesmo pela própria pandemia, quando o foco maior foi na vacinação contra o Covid. Em algumas regiões do país, por exemplo, apenas 70% das crianças receberam a vacina contra poliomielite, sendo que a taxa preconizada é 95%.
Segundo a SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações), em 2020, a primeira dose da vacina HPV, cuja meta é de 80%, foi aplicada em cerca de 70% das meninas de 9 a 15 anos. Na segunda dose, os índices ficaram entre 30% e 40%. Além disso, o reforço da vacina meningocócica C na adolescência, inicialmente oferecido dos 11 aos 14 anos e agora dos 11 aos 12, chegou no máximo a taxas em torno de 40%. A cobertura de gestantes com a dTpa em 2020 foi de 41,7%.
Esses dados mostram que a vacinação deve ser reforçada, para prevenir doenças que podem causar consequências sérias à saúde da população. As vacinas fortalecem o sistema imunológico e estimulam a produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias e, consequentemente, infecções. Por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas evitam de duas a três milhões de mortes.
Procure atualizar sua carteira de vacinação, começando por aquelas que fazem parte do calendário específico para a mulher. Entre as principais vacinas recomendadas para mulheres estão a do HPV, da Meningocócica C, da Hepatite B e do Herpes Zóster.
HPV
O Papilomavírus Humano é um vírus altamente contagioso principalmente por meio da relação sexual. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero.
Por isso, a vacina contra o HPV é muito importante na prevenção da doença e de outros efeitos, como verrugas, lesões na vulva, na vagina e no colo de útero e câncer de garganta e de ânus. Deve ser tomada, preferencialmente, antes do início da atividade sexual, ainda na adolescência. Mas seus benefícios também se estendem para outras faixas etárias.
A vacina HPV4 (quadrivalente) previne infecções persistentes e lesões causadas pelos tipos 6,11, 16 e 18. Evita o câncer de colo do útero, da vulva, da vagina, do pênis e do ânus. É recomendada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) para meninas e mulheres de 9 a 45 anos de idade e meninos e jovens de 9 a 26 anos. Está também disponível a vacina bivalente, contra subtipos 16 e 18, podendo ser utilizada a partir dos 9 anos em ambos os sexos. Durante a gravidez, entretanto, não é recomendada.
MENINGOCÓCICA C
A meningite é uma infecção das meninges, membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. Seus principais sintomas são febre, rigidez na nuca, dor de cabeça intensa, vômitos e alterações neurológicas.
A doença pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e outros agentes. Transmitida por meio de gotículas e secreções, a meningite bacteriana tipo C, seguida do tipo B, é uma das formas mais graves e disseminadas da doença no Brasil.
Para mulheres com mais de 20 anos, a recomendação é tomar uma dose da vacina meningocócica ACWY (ou apenas a C) e duas doses da meningocócica B, com intervalo de um a dois meses entre elas.
Atenção - As vacinas para essa faixa etária só estão presentes na rede particular.
HEPATITE B
O vírus da Hepatite B ataca as células do fígado e provoca a inflamação do órgão. Os sintomas mais comuns são febre, vômitos, cansaço, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. A Hepatite B também pode ser silenciosa e estimular o aparecimento de câncer de fígado.
A doença é transmitida por meio do contato com secreções e fluídos contaminados pelo vírus. Ou seja, pode ser sexualmente transmissível e ainda contaminar os bebês durante o parto, caso a gestante tenha o vírus ativo. Também pode ser transmitida por meio de objetos pessoais, como alicate de unha.
A primeira dose da vacina contra hepatite B pode ser recebida por mulheres adultas que não foram vacinadas na infância. A segunda dose é indicada um mês após a primeira. A terceira dose é recomendada seis meses depois da primeira.
Importante - A vacina contra hepatite B está disponível no SUS e faz parte do calendário vacinal infantil desde 1998.
HERPES ZÓSTER
Todas as mulheres que tiveram catapora correm o risco de desenvolver Herpes Zóster em algum momento da vida a partir da reativação do vírus varicela zóster. Como o tempo de incubação é longo, mais de 60% dos casos acontecem após os 50 anos. Por isso, a vacina é indicada a partir dessa idade.
O herpes zoster é uma infecção que provoca erupções na pele e dor nevrálgica muito forte e debilitante. Em alguns casos, a dor que segue o trajeto do nervo persiste por até um ano, mesmo após o desaparecimento das lesões cutâneas. Pode causar ainda coceira, formigamento, febre e distúrbios gastrointestinais. Em casos mais graves, o Herpes Zóster localizado no rosto pode levar até mesmo à cegueira ou surdez.
Tomar a vacina contra o Herpes Zóster é a melhor forma de prevenir a doença. Atualmente, há dois tipos à disposição no Brasil:
• Vacina Herpes Zoster Recombinante (Shingrix) - Vacina inativada, que é composta de uma proteína (glicoproteína E) do vírus da varicela zoster associada a um adjuvante. É indicada para mulheres com 50 anos ou mais e mulheres com 18 anos de idade imunossuprimidas.
• Vacina Herpes Zoster (Zostavax®): A vacina é indicada apenas para mulheres com mais de 50 anos. A partir dos 60 anos, deve ser administrada como rotina mesmo se houver histórico anterior de Herpes Zóster.
Outras vacinas
As quatro vacinas citadas são as mais específicas para o público feminino, mas vale ressaltar que vacinas contra gripe (Influenza) e febre amarela, além da Tríplice Viral (cachumba, sarampo e rubeola), da dTpa (difteria, tétano e coqueluche) e da varicela fazem parte do calendário oficial para ambos os sexos.
E na gestação?
É indicado evitar a aplicação de vacinas no primeiro trimestre de gravidez. Vacinas de vírus vivos (tríplice viral, varicela e febre amarela) devem ser aplicadas pelo menos um mês antes do início da gravidez e nunca durante a gestação. A partir da 20a semana de gravidez, é importante, no entanto, a gestante receber a dTpa, vacina que a protege da difteria, do tétano e da coqueluche e fornece anticorpos para o bebê contra essas doenças. A avaliação, de qualquer forma, deve sempre ser feita junto com o ginecologista/obstetra.
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Para garantir sua saúde e bem-estar, descubra aqui as principais vacinas que beneficiam o público feminino e converse com seu ginecologista para organizar seu calendário vacinal
Nos últimos anos, houve uma queda na procura das vacinas, seja por conflitos políticos, crenças ou até mesmo pela própria pandemia, quando o foco maior foi na vacinação contra o Covid. Em algumas regiões do país, por exemplo, apenas 70% das crianças receberam a vacina contra poliomielite, sendo que a taxa preconizada é 95%.
Segundo a SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações), em 2020, a primeira dose da vacina HPV, cuja meta é de 80%, foi aplicada em cerca de 70% das meninas de 9 a 15 anos. Na segunda dose, os índices ficaram entre 30% e 40%. Além disso, o reforço da vacina meningocócica C na adolescência, inicialmente oferecido dos 11 aos 14 anos e agora dos 11 aos 12, chegou no máximo a taxas em torno de 40%. A cobertura de gestantes com a dTpa em 2020 foi de 41,7%.
Esses dados mostram que a vacinação deve ser reforçada, para prevenir doenças que podem causar consequências sérias à saúde da população. As vacinas fortalecem o sistema imunológico e estimulam a produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias e, consequentemente, infecções. Por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas evitam de duas a três milhões de mortes.
Procure atualizar sua carteira de vacinação, começando por aquelas que fazem parte do calendário específico para a mulher. Entre as principais vacinas recomendadas para mulheres estão a do HPV, da Meningocócica C, da Hepatite B e do Herpes Zóster.
HPV
O Papilomavírus Humano é um vírus altamente contagioso principalmente por meio da relação sexual. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero.
Por isso, a vacina contra o HPV é muito importante na prevenção da doença e de outros efeitos, como verrugas, lesões na vulva, na vagina e no colo de útero e câncer de garganta e de ânus. Deve ser tomada, preferencialmente, antes do início da atividade sexual, ainda na adolescência. Mas seus benefícios também se estendem para outras faixas etárias.
A vacina HPV4 (quadrivalente) previne infecções persistentes e lesões causadas pelos tipos 6,11, 16 e 18. Evita o câncer de colo do útero, da vulva, da vagina, do pênis e do ânus. É recomendada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) para meninas e mulheres de 9 a 45 anos de idade e meninos e jovens de 9 a 26 anos. Está também disponível a vacina bivalente, contra subtipos 16 e 18, podendo ser utilizada a partir dos 9 anos em ambos os sexos. Durante a gravidez, entretanto, não é recomendada.
MENINGOCÓCICA C
A meningite é uma infecção das meninges, membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. Seus principais sintomas são febre, rigidez na nuca, dor de cabeça intensa, vômitos e alterações neurológicas.
A doença pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e outros agentes. Transmitida por meio de gotículas e secreções, a meningite bacteriana tipo C, seguida do tipo B, é uma das formas mais graves e disseminadas da doença no Brasil.
Para mulheres com mais de 20 anos, a recomendação é tomar uma dose da vacina meningocócica ACWY (ou apenas a C) e duas doses da meningocócica B, com intervalo de um a dois meses entre elas.
Atenção - As vacinas para essa faixa etária só estão presentes na rede particular.
HEPATITE B
O vírus da Hepatite B ataca as células do fígado e provoca a inflamação do órgão. Os sintomas mais comuns são febre, vômitos, cansaço, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. A Hepatite B também pode ser silenciosa e estimular o aparecimento de câncer de fígado.
A doença é transmitida por meio do contato com secreções e fluídos contaminados pelo vírus. Ou seja, pode ser sexualmente transmissível e ainda contaminar os bebês durante o parto, caso a gestante tenha o vírus ativo. Também pode ser transmitida por meio de objetos pessoais, como alicate de unha.
A primeira dose da vacina contra hepatite B pode ser recebida por mulheres adultas que não foram vacinadas na infância. A segunda dose é indicada um mês após a primeira. A terceira dose é recomendada seis meses depois da primeira.
Importante - A vacina contra hepatite B está disponível no SUS e faz parte do calendário vacinal infantil desde 1998.
HERPES ZÓSTER
Todas as mulheres que tiveram catapora correm o risco de desenvolver Herpes Zóster em algum momento da vida a partir da reativação do vírus varicela zóster. Como o tempo de incubação é longo, mais de 60% dos casos acontecem após os 50 anos. Por isso, a vacina é indicada a partir dessa idade.
O herpes zoster é uma infecção que provoca erupções na pele e dor nevrálgica muito forte e debilitante. Em alguns casos, a dor que segue o trajeto do nervo persiste por até um ano, mesmo após o desaparecimento das lesões cutâneas. Pode causar ainda coceira, formigamento, febre e distúrbios gastrointestinais. Em casos mais graves, o Herpes Zóster localizado no rosto pode levar até mesmo à cegueira ou surdez.
Tomar a vacina contra o Herpes Zóster é a melhor forma de prevenir a doença. Atualmente, há dois tipos à disposição no Brasil:
• Vacina Herpes Zoster Recombinante (Shingrix) - Vacina inativada, que é composta de uma proteína (glicoproteína E) do vírus da varicela zoster associada a um adjuvante. É indicada para mulheres com 50 anos ou mais e mulheres com 18 anos de idade imunossuprimidas.
• Vacina Herpes Zoster (Zostavax®): A vacina é indicada apenas para mulheres com mais de 50 anos. A partir dos 60 anos, deve ser administrada como rotina mesmo se houver histórico anterior de Herpes Zóster.
Outras vacinas
As quatro vacinas citadas são as mais específicas para o público feminino, mas vale ressaltar que vacinas contra gripe (Influenza) e febre amarela, além da Tríplice Viral (cachumba, sarampo e rubeola), da dTpa (difteria, tétano e coqueluche) e da varicela fazem parte do calendário oficial para ambos os sexos.
E na gestação?
É indicado evitar a aplicação de vacinas no primeiro trimestre de gravidez. Vacinas de vírus vivos (tríplice viral, varicela e febre amarela) devem ser aplicadas pelo menos um mês antes do início da gravidez e nunca durante a gestação. A partir da 20a semana de gravidez, é importante, no entanto, a gestante receber a dTpa, vacina que a protege da difteria, do tétano e da coqueluche e fornece anticorpos para o bebê contra essas doenças. A avaliação, de qualquer forma, deve sempre ser feita junto com o ginecologista/obstetra.
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