
O que são as hepatites virais?
Hepatites virais são infecções causadas por vírus que atacam o fígado, órgão responsável por filtrar toxinas do corpo. A inflamação provocada pela infecção pode ser temporária e aguda ou prolongada e crônica, dependendo do tipo de vírus e do organismo da pessoa infectada. A palavra “hepatite” vem do grego hepar (fígado) e -ite (inflamação). Quando causada por vírus, ela recebe o nome de hepatite viral.
Quais os principais tipos de hepatites virais?
Existem cinco tipos principais: A, B, C, D e E.
- Hepatite A: transmitida principalmente por alimentos ou água contaminados. Tem evolução geralmente leve e cura espontânea. O vírus da hepatite A (HAV) é eliminado pelas fezes, o que aumenta o risco de contaminação em locais com saneamento precário.
- Hepatite B: mais grave, pode se tornar crônica. Transmitida por contato com sangue, sêmen ou secreções. A transmissão pode ocorrer durante relações sexuais desprotegidas, parto ou uso compartilhado de seringas.
- Hepatite C: é a que mais evolui para a forma crônica. Transmitida, principalmente, por sangue contaminado. Pode não apresentar sintomas por anos, aumentando o risco de cirrose e câncer de fígado.
- Hepatite D: só afeta quem já tem hepatite B, pois depende do mesmo mecanismo de replicação viral. A coinfecção costuma agravar o quadro clínico.
- Hepatite E: semelhante à A, é transmitida por água e alimentos contaminados. É mais comum em países com baixa infraestrutura sanitária.
Existem hepatites bacterianas?
Não. O termo hepatite bacteriana não é usado na prática clínica. Bactérias podem causar inflamações no fígado secundárias a outras infecções, mas não existe um agente bacteriano específico que cause hepatite da forma como os vírus causam.
Quais os sintomas das hepatites virais?
Na fase inicial, muitas vezes não há sintomas. Quando aparecem, os mais comuns são:
- Cansaço
- Enjoo e vômitos
- Urina escura
- Fezes claras
- Pele e olhos amarelados (icterícia)
- Dor abdominal, especialmente do lado direito
Como evitar as hepatites virais?
A prevenção é possível e eficaz:
- Vacinação contra hepatite A e B (disponível pelo SUS).
- Uso de preservativos em relações sexuais.
- Não compartilhar agulhas, alicates, escovas de dente ou outros objetos cortantes.
- Cuidado com tatuagens e piercings, sempre exigindo material descartável e ambiente limpo.
- Lavar bem os alimentos e consumir água filtrada ou fervida.
Qual é o tratamento das hepatites virais?
- Hepatite A e E: geralmente, o tratamento é de suporte, com repouso e hidratação. Não há antivirais específicos.
- Hepatite B: casos crônicos podem ser tratados com antivirais como tenofovir ou entecavir, para reduzir a carga viral.
- Hepatite C: hoje, é possível a cura com antivirais de ação direta em mais de 95% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
- Hepatite D: o tratamento é mais complexo, mas há medicamentos em estudo.
Quem está mais suscetível a ter a doença?
- Profissionais da saúde
- Pessoas com múltiplos parceiros sexuais sem proteção
- Usuários de drogas injetáveis
- Pacientes em hemodiálise
- Pessoas vivendo com HIV
- População em situação de rua ou sem acesso a saneamento básico
Existem pesquisas recentes sobre o tema?
Sim, e os avanços são promissores, especialmente no combate às hepatites B e C, que são responsáveis pelos maiores índices de complicações crônicas e mortes relacionadas à doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem como meta global eliminar a hepatite C como problema de saúde pública até 2030. Para isso, várias pesquisas têm contribuído com tratamentos mais eficazes, curtos e acessíveis.
Qual a taxa de cura da hepatite C?
Hoje, a taxa de cura da hepatite C com antivirais de ação direta (DAAs) ultrapassa 95%, com poucos efeitos colaterais. Estudos publicados no New England Journal of Medicine mostram que combinações como sofosbuvir com velpatasvir resultam em cura em apenas 8 a 12 semanas.
No Brasil, a Fiocruz, em parceria com o Ministério da Saúde, realiza ensaios clínicos com esses antivirais, buscando ampliar o acesso gratuito via SUS e avaliar sua eficácia em populações mais vulneráveis, como pessoas em situação de rua e coinfectados por HIV.
Quais os avanços sobre a vacina contra a hepatite C?
Diferente da hepatite A e B, ainda não existe uma vacina aprovada contra a hepatite C. No entanto, universidades como Oxford (Reino Unido) e Johns Hopkins (EUA) estão na fase 2 de testes clínicos de vacinas que utilizam tecnologias de RNA mensageiro — similares às utilizadas nas vacinas contra a Covid-19 — para estimular o sistema imune a reconhecer o vírus HCV antes da infecção.
Segundo a Lancet Infectious Diseases, essas vacinas experimentais conseguiram ativar linfócitos T com memória imunológica em mais de 70% dos voluntários saudáveis, um avanço importante na prevenção.
Já foi encontrada a cura da Hepatite B?
Não. A hepatite B ainda não tem cura definitiva, mas os tratamentos disponíveis conseguem controlar a infecção e impedir a progressão para cirrose e câncer hepático. Pesquisas conduzidas pela Universidade de Yale (EUA) e pela University College London (Reino Unido) estão desenvolvendo terapias para ajudar o sistema imunológico a reconhecer e eliminar o vírus de forma natural.
Estudos com vacinas terapêuticas — como os realizados na China e Coreia do Sul — têm mostrado que é possível reduzir significativamente a carga viral em pacientes crônicos, o que abre caminho para uma possível remissão completa da doença nos próximos anos.
Há algum outro foco de inovação referentes às hepatites virais?
Sim. Outro foco de inovação está no diagnóstico precoce. No Brasil, o Instituto Butantan tem desenvolvido testes rápidos que identificam o tipo exato de hepatite em menos de 20 minutos, com alta precisão, o que ajuda a iniciar o tratamento o mais rápido possível.
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O que são as hepatites virais?
Hepatites virais são infecções causadas por vírus que atacam o fígado, órgão responsável por filtrar toxinas do corpo. A inflamação provocada pela infecção pode ser temporária e aguda ou prolongada e crônica, dependendo do tipo de vírus e do organismo da pessoa infectada. A palavra “hepatite” vem do grego hepar (fígado) e -ite (inflamação). Quando causada por vírus, ela recebe o nome de hepatite viral.
Quais os principais tipos de hepatites virais?
Existem cinco tipos principais: A, B, C, D e E.
- Hepatite A: transmitida principalmente por alimentos ou água contaminados. Tem evolução geralmente leve e cura espontânea. O vírus da hepatite A (HAV) é eliminado pelas fezes, o que aumenta o risco de contaminação em locais com saneamento precário.
- Hepatite B: mais grave, pode se tornar crônica. Transmitida por contato com sangue, sêmen ou secreções. A transmissão pode ocorrer durante relações sexuais desprotegidas, parto ou uso compartilhado de seringas.
- Hepatite C: é a que mais evolui para a forma crônica. Transmitida, principalmente, por sangue contaminado. Pode não apresentar sintomas por anos, aumentando o risco de cirrose e câncer de fígado.
- Hepatite D: só afeta quem já tem hepatite B, pois depende do mesmo mecanismo de replicação viral. A coinfecção costuma agravar o quadro clínico.
- Hepatite E: semelhante à A, é transmitida por água e alimentos contaminados. É mais comum em países com baixa infraestrutura sanitária.
Existem hepatites bacterianas?
Não. O termo hepatite bacteriana não é usado na prática clínica. Bactérias podem causar inflamações no fígado secundárias a outras infecções, mas não existe um agente bacteriano específico que cause hepatite da forma como os vírus causam.
Quais os sintomas das hepatites virais?
Na fase inicial, muitas vezes não há sintomas. Quando aparecem, os mais comuns são:
- Cansaço
- Enjoo e vômitos
- Urina escura
- Fezes claras
- Pele e olhos amarelados (icterícia)
- Dor abdominal, especialmente do lado direito
Como evitar as hepatites virais?
A prevenção é possível e eficaz:
- Vacinação contra hepatite A e B (disponível pelo SUS).
- Uso de preservativos em relações sexuais.
- Não compartilhar agulhas, alicates, escovas de dente ou outros objetos cortantes.
- Cuidado com tatuagens e piercings, sempre exigindo material descartável e ambiente limpo.
- Lavar bem os alimentos e consumir água filtrada ou fervida.
Qual é o tratamento das hepatites virais?
- Hepatite A e E: geralmente, o tratamento é de suporte, com repouso e hidratação. Não há antivirais específicos.
- Hepatite B: casos crônicos podem ser tratados com antivirais como tenofovir ou entecavir, para reduzir a carga viral.
- Hepatite C: hoje, é possível a cura com antivirais de ação direta em mais de 95% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
- Hepatite D: o tratamento é mais complexo, mas há medicamentos em estudo.
Quem está mais suscetível a ter a doença?
- Profissionais da saúde
- Pessoas com múltiplos parceiros sexuais sem proteção
- Usuários de drogas injetáveis
- Pacientes em hemodiálise
- Pessoas vivendo com HIV
- População em situação de rua ou sem acesso a saneamento básico
Existem pesquisas recentes sobre o tema?
Sim, e os avanços são promissores, especialmente no combate às hepatites B e C, que são responsáveis pelos maiores índices de complicações crônicas e mortes relacionadas à doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem como meta global eliminar a hepatite C como problema de saúde pública até 2030. Para isso, várias pesquisas têm contribuído com tratamentos mais eficazes, curtos e acessíveis.
Qual a taxa de cura da hepatite C?
Hoje, a taxa de cura da hepatite C com antivirais de ação direta (DAAs) ultrapassa 95%, com poucos efeitos colaterais. Estudos publicados no New England Journal of Medicine mostram que combinações como sofosbuvir com velpatasvir resultam em cura em apenas 8 a 12 semanas.
No Brasil, a Fiocruz, em parceria com o Ministério da Saúde, realiza ensaios clínicos com esses antivirais, buscando ampliar o acesso gratuito via SUS e avaliar sua eficácia em populações mais vulneráveis, como pessoas em situação de rua e coinfectados por HIV.
Quais os avanços sobre a vacina contra a hepatite C?
Diferente da hepatite A e B, ainda não existe uma vacina aprovada contra a hepatite C. No entanto, universidades como Oxford (Reino Unido) e Johns Hopkins (EUA) estão na fase 2 de testes clínicos de vacinas que utilizam tecnologias de RNA mensageiro — similares às utilizadas nas vacinas contra a Covid-19 — para estimular o sistema imune a reconhecer o vírus HCV antes da infecção.
Segundo a Lancet Infectious Diseases, essas vacinas experimentais conseguiram ativar linfócitos T com memória imunológica em mais de 70% dos voluntários saudáveis, um avanço importante na prevenção.
Já foi encontrada a cura da Hepatite B?
Não. A hepatite B ainda não tem cura definitiva, mas os tratamentos disponíveis conseguem controlar a infecção e impedir a progressão para cirrose e câncer hepático. Pesquisas conduzidas pela Universidade de Yale (EUA) e pela University College London (Reino Unido) estão desenvolvendo terapias para ajudar o sistema imunológico a reconhecer e eliminar o vírus de forma natural.
Estudos com vacinas terapêuticas — como os realizados na China e Coreia do Sul — têm mostrado que é possível reduzir significativamente a carga viral em pacientes crônicos, o que abre caminho para uma possível remissão completa da doença nos próximos anos.
Há algum outro foco de inovação referentes às hepatites virais?
Sim. Outro foco de inovação está no diagnóstico precoce. No Brasil, o Instituto Butantan tem desenvolvido testes rápidos que identificam o tipo exato de hepatite em menos de 20 minutos, com alta precisão, o que ajuda a iniciar o tratamento o mais rápido possível.
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